Oportunidades e desafios do GNL

A 19.ª edição da World LNG Summit, um evento anual organizado pelo Grupo CWC, reuniu em Lisboa grandes players da indústria mundial do gás natural que discutiram o presente e o futuro deste combustível

O gás natural liquefeito (GNL em português, LNG em inglês) foi apontado, na 19.ª cimeira mundial sobre GNL, World LNG Summit, como um combustível comercialmente atraente e capaz e competir com outros, num mundo cada vez mais comoditizado.

Decorrida na capital portuguesa pelo segundo ano consecutivo, a cimeira, da qual a Galp é mais uma vez “host-sponsor”, recebeu centenas de especialistas do setor. Executivos de empresas produtoras e comercializadoras de gás natural debateram, durante quatro dias, o papel e a performance do GNL enquanto componente importante na matriz energética global futura.

Prevê-se que a procura de gás natural continue a aumentar ao longo da próxima década, sobretudo nos mercados asiáticos, e que será decisivo para a redução da emissão de gases de efeito estufa. A título de exemplo, a substituição do carvão por gás natural na produção de eletricidade permitiria reduzir as emissões globais de CO2 em 15%, mesmo sem alteração no parque automóvel. O CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, afirmou, na abertura do evento, que “o gás natural é o melhor parceiro para uma nova matriz energética mais sustentável, prevendo-se que cerca de 75% da sua procura virá da Ásia, com cerca de 50% proveniente de novos países importadores como o Bangladesh, a Indonésia, Paquistão, Tailândia e Vietname”.

“O mundo não quer somente mais energia como também mais barata e mais limpa”

Tony Attah, diretor-executivo da Nigeria LNG Limited (NLNG), companhia produtora de GNL da Nigéria, foi um dos conferencistas nesta cimeira e falou à Energiser, garantindo que o interesse neste combustível não vai ficar por aqui: “Há quem diga que é um combustível de transição, uma espécie de ponte, mas nós acreditamos que é muito mais do que isso”, afirma, lembrando que “o mundo precisa cada vez mais de energia. Em 2040 haverá mais dois mil milhões de pessoas no planeta, um na China, outro na Índia, prevendo-se que o consumo energético aumente também em cerca de 20% relativamente à procura atual”.

Visto como o combustível mais limpo das energias fósseis, esta característica posiciona o GNL entre as principais fontes de energia primária a considerar nas próximas décadas, podendo mesmo competir neste aspeto com as energias renováveis na substituição do carvão e derivados. “O mundo não quer somente mais energia como também mais barata e mais limpa”, diz o especialista nigeriano. “Nós sabemos que podemos substituir o carvão mas hoje o carvão é mais barato. Em termos ambientais, o gás natural está em vantagem mas ter um preço competitivo, e manter-se competitivo, é um grande desafio”, remata.

Após esta passagem por Portugal em 2017 e 2018, a World LNG Summit vai regressar em dezembro de 2019, tendo a capital italiana, Roma, como anfitriã.