Os melhores entre os melhores

Realizada pela primeira vez no nosso país, a final da Olimpíada Internacional de Física premiou alunos portugueses com uma medalha de bronze e quatro menções honrosas

Lisboa foi, pela primeira vez, palco da Olimpíada Internacional de Física/International Physics Olympiad. Na final desta 49.ª edição participaram 396 alunos do ensino secundário de 86 países.

Organizado pela Sociedade Portuguesa de Física, sob a égide do Ministério da Educação, a IPhO 2018 decorreu entre os dias 21 e 29 de julho, tendo reunido o apoio de diversas universidades nacionais, da Agência Ciência Viva, da Fundação Calouste Gulbenkian, de diversas autarquias e de empresas como a Galp.

A primeira edição da IPhO decorreu em Varsóvia, Polónia, em 1967, com a participação de cinco países e 15 estudantes. Portugal competiu pela primeira vez em 1993, na qualidade de observador, e com uma equipa desde 1994. O Governo Português candidatou-se, em 2000, à organização da IPhO, tendo-lhe sido atribuída esta responsabilidade pela primeira vez este ano.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, entregou o prémio ao vencedor absoluto da IPhO2018 - Olimpíada Internacional de Física, Yang Tianhua, da República Popular da China

A MECÂNICA DA FINAL

Os jovens presentes na edição portuguesa competiram a título individual, realizando duas provas, uma teórica e outra experimental, cada uma com cinco horas de duração. Durante esse tempo, tiveram de estudar as propriedades de transístores, tanto o convencional como o de papel, que foi inventado em Portugal, e as características de um fio elástico, tal como revelou José António Paixão, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Física e presidente da edição portuguesa do evento. Para muitos alunos, foi uma das provais mais difíceis desta competição nos últimos anos.

Todos os elementos da equipa de alunos que representou Portugal nesta 49.ª edição da IPhO foram premiados, tendo obtido uma medalha de bronze e quatro menções honrosas. O vencedor absoluto foi um estudante da República Popular da China, Yang Tianhua, que recebeu o prémio das mãos do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

FÍSICA E JAZZ

A cerimónia de atribuição dos prémios aos alunos vencedores da competição decorreu no dia 29 de julho, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Numa longa sessão, dado o elevado número de premiados, foram concedidas menções honrosas e medalhas de bronze, prata e ouro. As últimas foram entregues por Tiago Brandão Rodrigues, Hans Jordens, presidente da IPhO, Conceição Abreu, presidente da Sociedade Portuguesa de Física, e Carlos Martins de Andrade, diretor da área de investigação e tecnologia da Galp.

Houve também lugar ao jazz, já que, como foi explicado num dos filmes projetados durante o evento, este tipo de música tem uma ligação inequívoca com a Física. Numa mensagem lida aos presentes, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou mesmo que “a resolução dos problemas da física tem a ver com intuição, improvisação e algum rigor, o que o jazz também tem”.

Em paralelo com esta 49.ª edição do evento decorreram também em Portugal as eleições para a IPhO, tendo sido anunciado o nome do singapuriano Rajdeep Singh Rawat como novo diretor. Foi ainda feita a apresentação do destino da edição 50.ª da Olimpíada Internacional de Física: Telavive, Israel.


O que é a IPhO?

A IPhO é uma competição anual entre alunos de escolas secundárias destinada a promover a Física e o desenvolvimento de contactos internacionais no ensino da disciplina. Premeia os melhores alunos das nações envolvidas com uma ida à final, que se disputa todos os anos num país diferente, e envolve uma prova que destaca os melhores entre os melhores, antes de entrarem na universidade.
O processo de seleção é da responsabilidade dos países participantes e consiste, regra geral, na realização de competições nacionais, tal como aconteceu em Portugal.
As equipas são compostas por um máximo de cinco estudantes e dois professores.