“Queremos ser o parque mais cívico da Europa”

É este o objetivo traçado pelo CEO do Taguspark, Eduardo Baptista Correia. Investir no autoconsumo solar é a aposta mais recente. O movimento será feito com a EI - Energia Independente, a nova empresa do grupo Galp, e permitirá reduzir a dependência da rede elétrica em 23% e evitar a emissão de 251 toneladas de CO2 por ano

Considerado o maior parque de ciência e tecnologia de Portugal, o Taguspark junta empreendedorismo, investigação e universidade num único espaço e transporta-os para o seu ADN. Garantir que os trabalhadores possam experienciar uma “vivência de século XXI” é o grande foco da administração deste pólo empresarial. Para o concretizar, mescla-se arte, arquitetura contemporânea e condições laborais que fornecem bem-estar e qualidade no trabalho. De recordar que, atualmente, são cerca de 16 mil as pessoas que trabalham e utilizam o parque e há 150 empresas instaladas.

“O civismo é um fator diferenciador e é algo que nós consideramos muito importante para o quotidiano das pessoas que aqui circulam todos os dias”, assegura Eduardo Baptista Correia. O caminho para um parque cada vez mais cívico já começou a ser traçado, há três anos: “Hoje já não temos beatas no chão, papéis ou automóveis mal estacionados”, explica o CEO do Taguspark. A preocupação cívica estende-se à forma como os resíduos gerados pelo próprio parque – as beatas, por exemplo – integram processos produtivos, pensados e levados a cabo por organizações ali sediadas.

Outra das áreas de atuação centra-se na temática da dignidade laboral, sendo que também aqui já foram implementadas medidas inovadoras: Todos os colaboradores que prestam serviços ao Taguspark e que recebiam o salário mínimo, passaram a receber um mínimo de novecentos euros mensais. “Para nós, este é um elemento de civismo absolutamente imprescindível”, refere Baptista Correia.

Mais recentemente, o Taguspark decidiu apostar no “civismo energético”, com o fim último de tornar o espaço mais ecológico e mais verde, através de uma central de energia solar. “Estamos a avançar com um projeto muito robusto e de dimensão pioneira em Portugal, com a utilização de painéis fotovoltaicos, para estarmos cada vez menos dependentes da rede e cada vez menos poluentes. Para nós é absolutamente estratégico estarmos na linha da frente no que estas questões diz respeito”, sublinha o CEO do Taguspark.

O Taguspark vai passar a ter uma central de energia solar com capacidade para produzir, anualmente, mais de 1GWh de energia elétrica. O projeto, desenvolvido em parceria com a nova empresa da Galp para o autoconsumo solar, a EI - Energia Independente, tem por base a instalação de 1.500 painéis solares da empresa tecnológica LG em sete edifícios do Centro Empresarial de Inovação e Tecnologia do parque, com uma potência total de instalação superior a 700kWp.

Estima-se que 97% da energia produzida se destine ao autoconsumo nas instalações do Taguspark, o que permitirá a este pólo empresarial reduzir a sua dependência da rede elétrica em 23% e evitar a emissão de 251 toneladas de CO2 por ano.

“Este projeto tem um significado muito especial para a EI, já que nos permite confirmar que toda a tecnologia que estamos a desenvolver, e a que chamamos Eitech2perform, nos permite não só ser mais eficientes e rápidos, como também nos mostra que está igualmente preparada para lidar com soluções mais complexas e desafiantes como é o caso do Taguspark”, explica o representante da EI.

O projeto da EI compreende a instalação de 1.500 painéis solares

O Eitech2perform é uma tecnologia própria, desenvolvida pela EI, e que combina uma série de camadas de informação (cadastro, lidar, imagens de satélite, dados socioeconómicos, caracterização dos auto-consumidores e cálculo de rentabilidade) o que permite, de uma forma eficiente, desenhar a proposta que melhor se ajusta às necessidades de cada cliente.

“O projeto do Taguspark é a confirmação que estamos a conseguir responder aos requisitos dos clientes mais exigentes” diz Ignacio Madrid, CEO da Energia Independente.