SingularityU: a tecnologia e os direitos humanos

Viver em liberdade pode depender do que formos capazes de inventar. Alex Gladstein, responsável pela estratégia da Human Rights Foundation, foi o convidado do terceiro episódio da série Inspirando o Futuro – SingularityU Portugal

O futuro não se adivinha. Mas as previsões nunca andam muito longe da realidade. Uma coisa temos como certa: o futuro vai chegar. A sua forma e conteúdo serão cada vez menos uma incógnita. Alex Gladstein, defensor dos Direitos Humanos, sugere duas escolhas: a liberdade ou o autoritarismo. O que poderá fazer a diferença? A tecnologia.

Gladstein, chefe do departamento estratégico da Human Rights Foundation, em Oakland, refere-se ao conceito de “democracia exponencial”. “Um futuro em liberdade com respeito pelos direitos humanos dependerá da tecnologia que formos capazes de construir, e da forma como a usamos para estarmos mais próximos uns dos outros.”

O exemplo chinês

Usando a China como exemplo, Gladstein fala sobre o “autoritarismo digital” como forma de controlo das massas. “Na China, as interações não se fazem nos meios mais populares, como o Google ou o Facebook. Basicamente funciona tudo numa só aplicação, mais poderosa e desenvolvida do que as nossas, com funcionalidades que não temos, utilizada por mais de um bilião de pessoas. O utilizador pode escolher o parque onde vai passear no dia seguinte como base na informação de quem lá vai estar. Mas se o Governo usar essa aplicação para controlar a população?”

Gladstein foi o protagonista do terceiro episódio da série documental Inspirando o Futuro – SingularityU Portugal, programa emitido às quartas-feiras, à noite, na RTP2. Com entrevistas a vários pensadores contemporâneos, o formato aborda diferentes temáticas da atualidade – da neurociência à inteligência artificial e tecnologia – e a forma como estão a transformar radicalmente as nossas vidas.