SingularityU Global Summit: na senda da transformação

O diretor de Tecnologia da Galp, Nuno Pedras, contou à Energiser como correu o Global Summit 2019. As novas tendências do mercado e os desafios da empresa para o futuro mais próximo

Abrir a mente, perceber as tendências do mercado e as últimas inovações da tecnologia, fazer networking com start-ups e novos players. Nuno Pedras, diretor de Tecnologia da Galp, passou três dias no Global Summit 2019, o encontro anual da Singularity University. “Foi, sobretudo, um processo de aculturação”, refere.

“A Galp está empenhada em seguir a senda da transformação. E isto tanto pelo caminho que quer percorrer como pela indústria em que esta inserida. Ter parcerias como a da Singularity University são polos que nos podem fazer chegar mais longe e muito mais rápido”, afirmou o diretor, cuja participação no evento foi de prospeção, identificação de novas tendências do mercado e, dentro do possível, antecipação de mudanças.

O Global Summit da Singularity University debateu temas como inteligência artificial, blockchain, transição energética, mobilidade, robótica, o futuro do trabalho, o impacto do mundo corporativo e o investimento em inovação disruptiva


“Por outro lado, foi uma participação muito focada na minha área, de tecnologia e mundo digital, numa lógica de perceber o que pode ser aplicável na Galp.” Apesar disso, Nuno Pedras faz questão de lembrar que a relação entre a empresa e a Singularity University não é “one shot”. “Temos cursos para muitas pessoas da nossa empresa, pois essa exposição às tecnologias exponenciais e a novas formas de trabalhar, a outras metodologias, são igualmente importantes.”

Tendências de mobilidade

Na Califórnia, Nuno Pedras tomou contacto com diferentes projetos na área da mobilidade, alguns das quais poderiam ter aplicação na Galp. Trata-se, antes de mais, de uma questão de estratégia da empresa e de adaptação das tendências ao mercado português. “Existe sempre um fator de adaptação e de velocidade, pois não sabemos se certa tendência terá a mesma curva no mercado português que no mercado internacional. A pergunta é: em que momento dessa curva é que Portugal irá agarrar essa tendência.”

Um dos projetos que mais chamou a atenção do diretor de Tecnologia – que ocupa o cargo há cerca de um ano – está relacionado com a área da exploração. “Os drones têm evoluído imenso. Um aparelho destes a hidrogénio faz com que a sua autonomia seja de duas horas, em vez de meia. Isto abre oportunidades, pois, se pensarmos numa refinaria, podemos ter um drone a controlar todo o fluxo de produto, como seja verificar todas as conexões, desde a saída do barco às várias fases por onde passa o produto, operações de segurança e vigilância, segurança industrial da própria operação, monitorização de áreas que são perigosas. Tudo isto poderá ser controlado através de drones e robôs.”

Os drones podem vir a ter um papel ainda mais relevante na área de exploração da Galp

Para o futuro a aposta é na transformação, e estes eventos são essenciais para a aculturação da empresa, da mesma forma que o são os cursos que muitos dos profissionais da Galp fazem na Singularity University. A empresa tem feito um esforço para que o maior número de colaboradores seja exposto às novas tecnologias e formas de pensar, estando a equacionar fazer sessões internas de esclarecimento.

“A maioria das pessoas vê as vantagens e quer mudar. Não vê a tecnologia como uma ameaça. O difícil é garantir que não se perde o foco e a cadência. O resto é vontade, e ela existe ao mais alto nível, assim como no resto da organização.”