Plataforma de inovação apoia transição energética

A Galp abriu as portas ao ecossistema para, de forma colaborativa, procurar oportunidades de cocriação de valor e partilhá-las depois com os seus parceiros. A UP – Upcoming Energies será uma 'fábrica' de inovação

Foram 15 as start-ups e scale-ups que aceitaram o convite para o Galp Corporate Day, que decorreu em Lisboa, em parceria com o European Innovation Council (EIC). No palco do Teatro Capitólio, os pitchs levantaram a ponta do véu sobre os projetos que tinham por missão 'cativar' as várias dezenas de colaboradores Galp presentes. Provenientes de oito países, e com Portugal a marcar dupla presença, as propostas concentraram-se em áreas que vão ao encontro dos temas que materializam os eixos prioritários definidos pela energética para a inovação: mobilidade digital do futuro, transição energética e economia circular. “Este é, diria eu, o nosso 'Dia D' para o percurso de inovação que estamos a lançar a nós mesmos”, afirmou Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp, durante a sessão de abertura do dia de trabalho, revelando em primeira mão a criação da plataforma UP – Upcoming Energies, o novo ecossistema de inovação da companhia.

Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp, na sessão de abertura do EIC Corporate Day with Galp

“Temos aqui 15 excelentes PME e start-ups, escolhidas de entre um universo de mais de cinco mil, através de um processo rigoroso”, reforçou à "Energiser" Jorge Fernandes, diretor de Inovação da Galp, à margem das apresentações. O objetivo, acrescentou, “passa por identificarmos entre três a cinco com as quais possamos trabalhar diretamente, seja na forma piloto, seja na forma de prova de conceito, com vista à validação no nosso sistema – porque uma coisa é uma inovação em abstrato, outra coisa é implementar essa inovação nas nossas operações ou nos nossos clientes”. Uma vez dado esse passo, a Galp tentará avançar para a sua integração e a sua cocomercialização ou utilização.

Jorge Fernandes, diretor de Inovação da Galp

Para Susana Quintana-Plaza, COO da Galp, “é importante mostrar a inovação que já existe e, à medida que detetarmos uma necessidade para estes produtos e serviços, falaremos com estas start-ups e veremos quais as melhores soluções que poderemos implementar. O nosso objetivo é escolher as melhores empresas e crescer com elas”.

O diretor de Inovação da Galp afirmou ainda que haverá um aumento das necessidades energéticas entre 30% e 40% no espaço de 20 ou 30 anos, o que justifica o investimento anual de 40% dos lucros da Galp em projetos e oportunidades relacionados com a transição energética, que é já uma realidade. Este ano o valor investido ascende a 400 milhões de euros e permitirá dinamizar a abertura ao ecossistema “de forma honesta, colaborativa, aberta, com vista a procurar oportunidades de cocriação de valor que possam ser partilhadas com os parceiros”, salienta Jorge Fernandes.

Trabalho para as próximas três décadas

O objetivo de tornar a Europa no primeiro continente neutro em carbono até 2050 é, como refere Pierre Roubaud, responsável do European Innovation Council (EIC), “um enorme desafio, que nos dará trabalho para os próximos 30 anos”. E para concretizar esta meta o responsável acredita que a inovação terá como base as PME. “É incrível a quantidade de boas ideias que temos no nosso ecossistema de inovação”, revelou durante o EIC Corporate Day with Galp. O ecossistema apoiado pelo EIC conta atualmente com cerca de cinco mil empresas, às quais o organismo dá financiamento, formação de negócio e contactos. Essas empresas “foram avaliadas através de um processo rigoroso, que envolveu cerca de dois mil especialistas externos, no qual apenas foram selecionadas entre 5% e 8% dessas empresas”.

Susana Quintana-Plaza destacou o papel que as start-ups podem ter na inovação da Galp

No caso específico da Galp, a parceria com o EIC permite, por um lado, a procura ativa de soluções específicas e, por outro, dá a possibilidade de conhecer a oferta de inovação que existe no mercado. “As start-ups têm velocidade, inovação e capacidade de produzir rapidamente, assim como têm também o produto e a vontade de o tornar real. Na Galp, temos acesso ao mercado, às tecnologias e à infraestrutura. A combinação perfeita passa por as start-ups trazerem a inovação e o modelo de negócio e a Galp o acesso ao mercado, aos clientes e à própria marca, para as ajudar a crescer. Não se trata de inventar a roda, mas de dar escala ao que já existe”, reforça Susana Quintana-Plaza.

Quanto ao resultado deste dia de trabalho, haverá novidades já em janeiro, altura em que serão revelados os projetos que integrarão o ecossistema da Galp. Preferencialmente, “apoiaremos soluções que possam ter impacto na vida das pessoas e que possam ser mais ambientalmente sustentáveis”, conclui Jorge Fernandes.