Há exatamente um ano, a Galp assumiu o compromisso de mudar internamente um conjunto de estratégias e de processos que permitirão posicionar a empresa no pelotão da frente no setor energético. Doze meses depois, no palco do Galp Energisers Summit, fez-se um primeiro balanço e apontaram-se caminhos para o curto e médio prazo. “Onde outros revelam medo, temos que mostrar audácia”, desafiou Paula Amorim, presidente do conselho de administração da Galp, durante o discurso de abertura. A chairman relembrou à plateia que, poucos dias antes, a Galp acabara de tornar-se o maior operador solar da Península Ibérica, uma meta que, há alguns anos, não estaria no topo da agenda da petrolífera e que faz parte da “mudança que não pode ser travada”.
“A mudança não pode ser travada”
O mundo da energia está a mudar e continuará com um ritmo cada vez mais acelerado. Transição energética e descarbonização são realidades do presente para que no futuro as necessidades energéticas estejam garantidas com sustentabilidade

Paula Amorim discursou na abertura do Galp Energisers Summit, falando sobre os desafios da transição energética
As mudanças a que o mundo da energia assiste diariamente acontecem com uma rapidez tal que, refere Paula Amorim, obriga os players energéticos a reagir, antecipando necessidades e tendências. “A Galp do passado já não existe, e será muito diferente da Galp do futuro”, reforça. Contudo, a verdade é que as necessidades energéticas são cada vez maiores, e o potencial de crescimento é também enorme. Basta lembrar que, atualmente, cerca de 800 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à energia elétrica, e que o Green Deal dinamizará investimentos que podem ascender aos 100 mil milhões. “Este é um caminho sem retorno que fará da Galp uma empresa mais verde, através de um caminho que se faz com determinação e meios”, disse ainda a administradora que, concluiu: “A transição representa um mundo de oportunidades”.
Os desafios de um novo caminho
Alinhar a estratégia e as equipas foi também um dos grandes objetivos do Galp Energisers Summit que contou com a participação de oradores nacionais e internacionais que subiram ao palco para partilhar experiências e apontar caminhos. David Roberts, consultor do SingularityU e ex-agente especial norte-americano na área do terrorismo, foi o keynote speaker, e trouxe ao debate temas como a liderança, o talento, a cultura empresarial, elementos que considera essenciais para a mudança. O orador abordou ainda questões como as tecnologias exponenciais, que contribuem para a aceleração dos processos de transformação empresarial, inovação e disrupção, entre outras que terão impacto no futuro.

Jane Hoffer, da Flow, levou o tema da mobilidade ao Galp Energisers Summit
Jane Hoffer, responsável pela Flow, uma empresa que olha para a mobilidade como um serviço e de forma integrada, recentemente incorporada no universo Galp, foi outra das oradoras convidadas para abordar os desafios da mobilidade e da conetividade entre veículos e, ao longo do dia, diversas palestras abordaram temáticas como negociação, positividade, comportamento humano, liderança e tecnologia.
Em jeito de balanço, Joana Garoupa, diretora de comunicação e marketing da Galp, explicou à Energiser que “estamos aqui para nos alinhar em relação ao que vamos fazer com a transição energética e outros desafios com que nos deparamos diariamente”. A responsável destacou ainda a importância de partilhar o caminho a seguir, tendo em conta a missão que a petrolífera enfrenta, quer em relação aos desafios da transição energética, quer no que se refere aos novos negócios que tem trazido para o interior do seu ecossistema. “Os novos modelos de negócio poderão ser, no futuro, grande parte da nossa oferta”, reforça. A diretora de comunicação dá o exemplo da Flow: “Há cinco anos este tipo de negócio não estava no nosso radar. Temos que perceber quais os negócios que fazem sentido neste novo mundo”.