Reconhecer o mérito académico de quatro dezenas de jovens é o principal objetivo das bolsas de estudo atribuídas pela Fundação Galp, que em 2022 voltou a integrar a iniciativa Bolsas Sociais EPIS – Empresários Pela Inclusão Social com um apoio no valor de 100 mil euros. Durante a cerimónia oficial, que decorreu a 18 de janeiro, no Auditório Galp das Torres de Lisboa, Teresa Abecasis lembrou os “desafios muito grandes” que a sociedade portuguesa enfrenta num período marcado pela incerteza económica. “É uma ilusão pensarmos que alguém sozinho os vai resolver. Não há empresa ou indivíduo que os consiga resolver por si só”, sublinhou a Chief Operating Officer (COO) da área comercial.
Consciente das dificuldades vividas por muitas famílias, a Fundação Galp decidiu aumentar o investimento no projeto EPIS, em que participa desde 2009, para garantir apoio ao desenvolvimento do talento de 40 jovens universitários em diferentes regiões do país. De Norte a Sul, passando pelas ilhas, foram oferecidas 28 bolsas para licenciaturas (com a duração de três anos, no valor de 850 euros anuais) e 12 para a frequência de mestrados (um montante anual de 1000 euros durante dois anos). “O nosso compromisso com as comunidades locais é total”, apontou Teresa Abecasis.
Os concelhos abrangidos pela iniciativa foram selecionados com base na sua ligação à estratégia da Galp e onde a empresa desenvolve projetos de relevo nacional. Sines e Matosinhos são dois desses locais, onde a multinacional tem em curso processos de transformação das antigas refinarias em centros de energia sustentável. À lista juntam-se ainda Alcoutim, Ourique, Odemira, Setúbal, Santiago do Cacém e os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
“O nosso compromisso com as comunidades locais é total”
“Investimos no conhecimento e na formação. Apostamos em jovens, em talento e em competências porque sabemos que temos um desafio de neutralidade carbónica que só se vai fazer com um novo conhecimento”, afirmou a responsável.
Rostos do sucesso
Joana Borba, de 22 anos, é uma das bolseiras apoiadas pela Fundação Galp que terá oportunidade de frequentar o mestrado em biologia molecular e celular. Em conversa com a Energiser explica que está a estudar em Aveiro, a centenas de quilómetros de casa, em Setúbal, e garante que “faz toda a diferença” ter o valor das propinas assegurado. Se assim não fosse, diz, teria de depender do suporte familiar para fazer face aos custos. “Além das propinas, tenho despesas com a casa, a alimentação e o transporte”, afirma. Após a conclusão dos estudos, Joana pretende dedicar-se à investigação científica e poder contribuir para o desenvolvimento de fármacos que façam a diferença na defesa da saúde pública.
Quem também quer contribuir para o bem-estar da população, nomeadamente da mais jovem, é Rodrigo Almeida Martins, de 23 anos, que está no segundo ano do mestrado em Educação Física. O estudante da Universidade Lusófona pôde, com o apoio financeiro da bolsa de mérito, deixar cair o estatuto de trabalhador-estudante e concentrar-se, a tempo inteiro, na formação académica e no estágio curricular. “O facto de ter ganho a bolsa permite aliviar as preocupações com o custo das propinas, mas também poder prosseguir os estudos e, mais tarde, vir a conseguir trabalhar na área da educação”, conta.
Apoiar a inclusão
As 40 bolsas atribuídas pela fundação fazem parte de um total de 163 apoios concedidos no âmbito da iniciativa EPIS, que junta várias empresas nacionais com a mesma ambição: fomentar o talento, promover a inclusão social e contribuir para a formação dos jovens. Na edição de 2022, o programa entregou bolsas a 129 alunos de nacionalidade portuguesa, 15 com origem nos PALOP, 13 de outras regiões e ainda seis alunos de países em contexto de guerra, como o Afeganistão, a Síria ou a Ucrânia. No total, foram investidos 340 mil euros que permitiram, ainda, apoiar estágios ocupacionais para jovens com necessidades especiais e o mérito de projetos escolares.
“O crescimento do programa Bolsas Sociais EPIS tem permitido chegar cada vez mais perto dos jovens em Portugal – e sermos mais inclusivos –, com uma atribuição de bolsas em 56 concelhos do continente e ilhas da Madeira e São Miguel e a jovens de 13 nacionalidades”, realçou Diogo Simões Pereira. O diretor-geral da EPIS mostra-se satisfeito por “poder testemunhar tantas histórias de superação individual e poder ajudar quem merece ser ajudado”.
“O crescimento do programa Bolsas Sociais EPIS tem permitido chegar cada vez mais perto dos jovens em Portugal”
Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde e hoje presidente da EPIS, fez ainda questão de assinalar o papel da “inclusão de mais crianças e jovens” na sociedade através da educação, promovendo a construção de um país com melhores indicadores de frequência e conclusão do ensino. “As bolsas são uma das formas que usamos para trabalhar o sucesso das crianças e dos jovens”, assinalou.