Sob o mote “Apadrinhe uma criança e marque a vida de muitos mais”, a associação Helpo está a divulgar uma campanha para reforçar o Programa de Apadrinhamento de Crianças à Distância. A iniciativa conta atualmente com cerca de 4 mil padrinhos e apoia a educação de milhares de crianças em Moçambique e em São Tomé e Príncipe. Nestes países africanos, o programa fornece assistência contínua nas despesas como matrículas, uniformes e material escolar, no transporte e alojamento de alunos, no acesso a refeições escolares e apoio nutricional, assim como contribui para a construção e equipamento de bibliotecas, novas salas de aula e de pontos de recolha e distribuição de água, entre outras ações, deixando uma marca positiva não só na vida destas crianças como em toda a comunidade escolar ao seu redor.
A campanha surge em resposta ao crescente número de crianças que precisam de apadrinhamento e, portanto, à necessidade de garantir que o apoio da Helpo continue a chegar a todas as comunidades escolares onde atua. Foi desenvolvida em parceria com a agência criativa Omnicom Creative Hub e inspirada em grandes marcas, entre as quais a Galp.
O objetivo, diz Sofia Nobre, responsável pela Comunicação da Helpo, “foi associar-nos a grandes marcas, marcas de notoriedade, para, através delas, deixarmos a nossa marca na vida destas crianças com a ajuda dos padrinhos e madrinhas. Por isso, estamos a apelar à adesão ao programa”.
A transformar vidas para o futuro
Para este apoio escolar contribui o projeto-bandeira Educar para o Futuro, uma iniciativa da Fundação Galp em parceria com a Helpo, que, desde 2019, está a promover o desenvolvimento de iniciativas de Educação em Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal e, com eles, a mudar vidas.
Entre as principais iniciativas a decorrer em comunidades como Natoa, na província de Nampula, e em Moçambique, estão a construção de salas de aula e biblioteca escolar, o fornecimento de lanche escolar para todos os alunos e alunas da escola duas vezes por semana, a entrega de material escolar para alunos e professores, e de bicicletas para aqueles que vivem mais afastados da escola, bem como a promoção do envolvimento parental com a realização de sessões de educação para a saúde que abordam temas-chave sobre alimentação e higiene. “Para 2024, está ainda prevista a eletrificação da biblioteca com recurso a energia solar”, destaca a responsável de Programas, Ondina Giga.
O compromisso assinado entre as duas entidades inclui, ainda, a construção de instalações sanitárias e apoio alimentar e à mobilidade de estudantes de Cabo Delgado, com foco em jovens em situação de deslocados internos, mas há mais formas de colaboração, como o cofinanciamento de projetos; a doação de géneros; e apoios extraordinários. Atualmente, a Galp e a sua Fundação cofinanciam duas iniciativas, uma de Ação Humanitária na Cidade de Pemba, que é a construção e consolidação da paz através da criação de emprego e autoemprego entre os jovens deslocados em Cabo Delgado, e outra intitulada “O Teu Futuro”, que prepara alunos para a entrada em cursos superiores nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), em Nampula, Cabo Delgado e Maputo.
Nestes quase cinco anos de parceria, o balanço é muito positivo. As iniciativas desenvolvidas entre a Galp e a Helpo já permitiram chegar a 240 mil pessoas, 130 mil das quais através de resposta à emergência humanitária.
Só em Natoa, por exemplo, a escola primária intervencionada não oferecia alternativa a alunos do secundário, que tinham de se deslocar vários quilómetros para frequentar as aulas. Hoje, destaca-se por ser um grande polo escolar que inclui escola primária, secundária e biblioteca e é, segundo o seu diretor “uma escola de referência”.
Como juntar-se a esta causa
A Associação Helpo é uma ONGD (Organização Não Governamental para o Desenvolvimento) presente em Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné. Atua em diversas áreas, sobretudo, educação, saúde e nutrição materno-infantil, emergência humanitária e do desenvolvimento comunitário e cidadania global. Esta abrangência, esclarece Sofia Nobre, “já nos permitiu chegar, só este ano, a quase 147 mil beneficiários regulares”.