Em Samper de Calanda, uma pequena localidade na região de Aragón, em Espanha, há uma espécie vulnerável que enfrenta sérios desafios de conservação. Chamam-se francelhos e são uns pequenos falcões caraterísticos da Península Ibérica que têm sofrido uma significativa redução do seu habitat natural ao longo dos anos. Assim nasceu o PrimillArt, um projeto-piloto que junta energia renovável com proteção da biodiversidade e arte.
Em parceria com a Universidade de Saragoça (UNIZAR) e o Centro de Investigação e Tecnologia Agroalimentar de Aragão (CITA), a Galp está a desenvolver um Plano de Renaturalização para os parques solares na região de Aragão. Este plano tem como objetivo proteger e aumentar a biodiversidade local, promover a renaturalização do ecossistema, regenerar o solo, entre outros benefícios. Até ao momento, já foram realizadas várias monitorizações da avifauna e implementadas algumas das iniciativas, que incluem a plantação de espécies aromáticas e medicinais (artemisia, tomilho e santolina) entre os painéis fotovoltaicos e, numa parcela do terreno, instalação de hotéis para insetos polinizadores e de caixas-abrigo para aves e morcegos. “Fizemo-lo construindo primillares, ou abrigos, para estas aves, que apoiam diretamente a conservação da espécie”, revela à Energiser Carlos Relancio, diretor de Renováveis da Galp.
Um desses primillares está nas imediações da central fotovoltaica Talento e é agora uma exposição artística ao ar livre, que transformou por completo uma estrutura de cimento numa obra de arte, perfeitamente integrada na paisagem. “Juntámos à proteção da biodiversidade e às energias renováveis uma dimensão cultural no projeto ‘PrimillArt’”, explica o diretor de Renováveis. Um movimento que dá a street artists convidados a possibilidade de pintar nos primillares elementos identificadores da cultura e dos valores locais, assegurando uma melhor integração da estrutura na paisagem. “Além de produzir energia limpa, os nossos parques renováveis são aliados na conservação das espécies e ainda galerias a céu aberto”, reforça.