Isolados, mas ligados ao mundo

A sobrecarga das redes de comunicação e da internet são uma realidade nestes dias, o que obriga a uma gestão cuidada da sua utilização. O que fazer para que nada falhe

A internet é, em época de pandemia, uma das ferramentas mais importantes para todos quantos estão obrigados a ficar em casa, seja em teletrabalho, seja para entreter as crianças e para garantir que continuam a sua aprendizagem escolar. É, por isso, fundamental que as redes que suportam todo o tráfego tenham capacidade suficiente e que se mantenham operacionais para todos. No entanto, a utilização sem precedentes a que assistimos, obriga a cuidados adicionais com o uso da internet, mas também com a gestão dos equipamentos (PC, smartphone, tablet, etc..).

Preocupados em garantir a continuidade dos serviços, os três principais operadores nacionais reforçaram a capacidade das suas redes, orientando-a em função da geografia onde os utilizadores se concentram. Contudo, NOS, Vodafone e Meo, apelam a uma utilização responsável, de modo a evitar congestionamentos que poderão colocar em causa serviços de comunicações eletrónicas essenciais para as comunicações interpessoais (voz e SMS), para o ensino e para o trabalho à distância.

As videochamadas têm sido usadas para aproximar as famílias em tempo de isolamento social mas devem ser feitas recorrendo, preferencialmente, à rede wi-fi de casa

Algumas das boas práticas recomendadas passam pela utilização preferencial da internet fixa em casa (wi-fi) quer seja no telemóvel, computador, tablet ou consola para que as redes de dados se mantenham libertas para outro tipo de uso, e por evitar grandes volumes de tráfego provocados por download de vídeos, filmes, séries ou jogos de grande dimensão ou qualidade. A visualização do mesmo tipo de conteúdos, na sua qualidade máxima (HD ou 4K), e em vários equipamentos em simultâneo também deve ser evitada. Os operadores recomendam ainda que, sempre que possível, seja usado o modo offline e uma utilização mais intensiva da rede no horário pós-laboral (entre as 18 horas e as 9 horas).


EVITAR O COLAPSO DAS REDES É FUNDAMENTAL

Uma das medidas incluídas na declaração do estado de emergência, em vigor desde 18 de março, passa pela possibilidade de limitação ou, mesmo, de bloqueio, de serviços de streaming de vídeo, como Netflix, HBO ou outros, assim como das funcionalidades de repetição, avanço ou gravação dos programas de TV.

Esta decisão foi tomada pelo Governo com vista a garantir a disponibilidade das redes de dados e internet para os serviços críticos do Estado, mas também para que toda a população possa manter um acesso constante. No entanto, a nível europeu, a União Europeia (UE) está também a pedir às empresas de streaming que baixem a resolução dos seus conteúdos, por forma a evitar um colapso generalizado das redes. A Netflix já acedeu ao pedido dizendo mesmo que “ajusta a qualidade de imagem à capacidade de rede disponível, e usa uma rede de entrega especial que mantém a sua biblioteca de vídeos mais próxima dos utilizadores, de forma a consumir menos largura de banda”. Mark Zuckerberg também já fez saber que está atento a este 'pico' de utilização e que o Facebook está a gerir uma afluência sem precedentes da melhor forma para que a rede social não colapse. O mesmo acontece ainda com a Apple, Disney, Instagram e YouTube.