Incentivar a criatividade e o empreendedorismo em torno da sustentabilidade tem sido, ao longo dos últimos anos, uma prioridade para a Escola Básica 2,3 D. Francisco Manuel de Melo, na Amadora. A instituição de ensino foi a grande vencedora da segunda edição do Prémio Escola Energy UP, promovido pela Fundação Galp e Galp Solar com o apoio da Quercus, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Agência para a Energia (ADENE), Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e da Direção-Geral da Educação (DGE).
O concurso, que tem como objetivo galardoar as escolas que desenvolvam projetos nas áreas do consumo mais eficiente de energia ou da mobilidade sustentável, distribuiu ainda prémios em três categorias: Escolas do 1.º Ciclo; Escolas do 2.º e 3.º Ciclos; e Ensino Secundário e Profissional. A vitória do grande prémio pelos alunos da escola da Amadora deveu-se às sucessivas iniciativas promovidas sob o chapéu “INOV D. Inova a tua escola, inova Portugal”. Além de fomentar a construção de soluções para resolver problemas complexos relacionados com a energia, a instituição convocou os alunos a construir protótipos funcionais, como fornos solares ou carros movidos a energia solar.
O pequeno automóvel coberto de painéis solares nasceu em 2005, explicam os responsáveis, e foi evoluindo à boleia do desenvolvimento tecnológico por detrás desta solução energética. O objetivo sempre foi, diz a escola, “agitar inteligências, trabalhar com os alunos desafiando-os a agir”. Já este ano letivo, a missão passava pela criação de uma empresa fictícia com atividade em 2050, que teria de ser totalmente sustentável ao nível da utilização energética, mas também que comercializasse produtos verdes e sem impacto negativo para o ambiente. Além do troféu, a escola vencedora ganhou também a instalação de painéis solares no valor de até 20 mil euros.
Pedro Fernandes, Joana Petiz, Diogo Sousa e Nuno Lacasta no palco da entrega de prémios da 2.ª edição da Escola Energy UP
Para Alfonso Sevilla, CEO da Galp Solar, as mais de 120 escolas que participaram nas duas edições do Prémio Escola Energy UP competiram “com projetos inovadores e criativos” que ajudam a “acelerar este caminho da transição energética”. “Resolver problemas energéticos de hoje, mas também preparar os desafios do futuro” é, afirma, um dos objetivos desta iniciativa de investimento social da Galp Solar para acelerar a transição energética.
Sensibilizar para a sustentabilidade
“É desde pequenino que se torce o pepino” vem defendendo a tradição popular ao longo dos tempos. De facto, a promoção de campanhas de sensibilização para a importância de cuidar do ambiente e alterar comportamentos tem-se revelado eficaz nas últimas duas décadas – os números da reciclagem cresceram, a literacia ambiental é cada vez maior e os mais novos assumem-se como agentes da transformação junto das suas famílias. “O Ministério da Educação está apostado em ter esta educação ambiental como uma das suas prioridades [no currículo escolar]”, assegurou Ana Luísa Santos, da DGE. Susana Corvelo, da ADENE, acredita que “as escolas são grandes dinamizadores daquilo que é o futuro do planeta”, pelo que vê em iniciativas como esta “muito valor” para as crianças.
Diogo Sousa, diretor executivo da Fundação Galp, não tem dúvidas de que as ideias apresentadas ao longo das duas edições “estão a fazer a diferença” nas comunidades locais e lembrou o caminho que a empresa tem feito na inovação. “Tomámos a decisão, há pouco tempo, de colocar painéis solares nas estações de serviço”, exemplifica.
Já Nuno Lacasta, presidente da APA, aproveitou a ocasião para deixar um alerta às dezenas de alunos presentes na cerimónia. “Se continuarmos como estamos a fazer hoje, com sete mil milhões de pessoas no planeta, não vamos ter ar para respirar, carros para andar e isso quer dizer que temos de mudar de vida”, afirmou. Por isso mesmo, pede que os mais novos convençam os pais “a mudar” comportamentos.
