É sobretudo por estes dois motivos que o dia começa cedo e acaba tarde para este colaborador. O toque de alvorada acontece por volta das 5h30, às vezes até antes, e menos de uma hora depois, faça sol ou chuva, já está na rua a correr. Seguem-se oito a nove horas de trabalho na Refinaria de Sines e, à saída, por volta das 17h30, volta à estrada, à piscina ou ao mar para mais treinos. Ao todo, são cerca de 15 horas semanais de uma rotina dedicada à sua grande paixão, o desporto, que não é de agora.
Era ainda criança quando João se iniciou na natação, mas não se ficou por aí. Sempre gostou de correr e de andar de bicicleta, o que fazia com o pai ao fim de semana. Como nunca conseguiu separar as três modalidades, há cerca de cinco anos decidiu dedicar-se “à séria” ao triatlo, que agrupa precisamente os seus desportos de eleição numa só modalidade, composta, no seu formato olímpico, por 1500 metros de natação, 40 quilómetros de ciclismo e 10 de corrida. A partir daí, começou a treinar regularmente. Como todos os começos, primeiro devagar, como quem diz, neste caso, fazendo pequenas distâncias, embora sempre com o fim último de progredir para outras maiores. Tão maiores que o ano passado acabou a participar na mais dura das provas de triatlo, a de longa distância, também conhecida por ironman e a mais difícil do mundo. Para se ter uma ideia, é constituída por nada mais nada menos do que 3800 metros a nadar, 180 quilómetros de bicicleta e, no final, explica, “ainda corremos a maratona que passa dos 42 quilómetros. Comparando com as distâncias-padrão olímpicas, esta prova é quatro vezes mais exigente, tanto a nível físico como mental”.
Manter o ritmo e evoluir
Chegado a este patamar, João Rebelo procura agora manter o ritmo e evoluir. “O meu grande objetivo nunca é competir por resultados, mas superar-me, continuar a evoluir, fazer o melhor que posso e se daí vierem resultados, tanto melhor”, conta.
“O meu grande objetivo nunca é competir por resultados, mas superar-me”
A verdade é que os resultados estão a aparecer e cada vez mais promissores. Em outubro do ano passado, na grande prova de Cascais classificou-se em terceiro lugar no seu escalão e com isso carimbou o bilhete que vai levá-lo ao campeonato mundial, a realizar no Havai num regresso às origens em outubro próximo, uma prova que reunirá os melhores atletas do mundo de cada escalão, incluindo 10 a 15 portugueses.
Entre treinos, provas e a atividade profissional, um dos maiores desafios deste “energiser Galp” é ter ainda tempo para a família, para os amigos e para a restante vida social, pois aos fins de semana é escuteiro nos Lobitos, estando a apoiar crianças dos seis aos dez anos.
Uma coisa parece certa, disciplina, engenho e bons “processos” não faltam a este engenheiro que nunca desiste dos seus sonhos, transportando para o seu trabalho esta mentalidade que o ajuda a vencer desafios.