“Temos de agir depressa”

Susana Quintana-Plaza foi uma das convidadas do Digital Business Congress da APDC. Numa edição dedicada à reinvenção da tecnologia, a administradora da Galp com o pelouro das Renováveis e de Novos Negócios da Galp destaca as soluções tecnológicas da companhia e volta a assinalar a necessidade de acelerar a transição energética

O tema da energia não ficou de fora de mais um congresso promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), o primeiro em cenário de pandemia. Reinventing with Technology foi o lema do 30.º Digital Business Congress, também ele reinventado, após um ano de interregno devido aos constrangimentos impostos à realização de grandes eventos, assumindo um formato híbrido presencial (em Lisboa) e on-line.

A Chief Operating Officer da Galp, Susana Quintana-Plaza, marcou presença no painel que abordou o futuro da energia e, à margem da conferência, falou à Energiser, destacando três pilares fundamentais para atingir os objetivos da neutralidade carbónica em 2050: “Vejo o futuro da energia em 3D: descarbonização, digitalização e democratização”, sublinha, acrescentando que “as ferramentas digitais são essenciais no binómio fornecimento-consumo. Hoje, com a Internet of Things (IoT), há todo um conjunto de soluções para gerir o sistema da energia com eficiência, tanto ao nível do negócio como do lado dos consumidores, para quem as poupanças são significativas porque vão poder produzir o que consomem”.

Neste âmbito de produtor-consumidor, a administradora salienta o papel da mais recente empresa da Galp, Energia Independente (EI), que providencia a tecnologia necessária para analisar e identificar cada situação para a instalação personalizada e otimizada de painéis solares em cada casa, em consonância com as necessidades de quem a habita.

ACELERAR A MUDANÇA

A crise do coronavírus forçou o mundo a um “novo normal” não isento de atrasos no projeto de descarbonização em curso. “Temos de agir depressa” foi, por isso, das frases mais repetidas no congresso da APDC ao abordar o futuro da energia. Susana Quintana-Plaza não tem dúvidas de que o planeta não espera e que a Galp tem um papel-chave nesta mudança, acelerando o passo na transição energética. Em apenas dois anos, a companhia tem vindo a destacar-se com soluções de energia “verde” altamente tecnológicas. Além da recém-criada EI, focada no autoconsumo de energia solar (fotovoltaica), o ano de 2019 viu nascer a Flow, cuja atenção está sobretudo dirigida para a mobilidade e a gestão eficiente de frotas. “A Galp está superágil neste caminho e hoje é muito mais do que uma companhia de energia. Estou muito orgulhosa de todos as conquistas alcançadas para acelerar a transição”, remata.


O desafio da cadeia de valor das baterias

O sucesso da mobilidade elétrica está dependente da cadeia de valor das baterias, um tema atual que enfrenta vários desafios. O principal, de acordo com Susana Quintana-Plaza, é torná-la sustentável, revendo todo o seu processo de criação e transporte: “Se queremos ter veículos sustentáveis toda a sua produção tem de ser ‘limpa’ pelo que para nós é fundamental que a cadeia de valor das baterias esteja localizada aqui, no sul da Europa, e seja desenvolvida segundo os padrões europeus de sustentabilidade”.


Investir no solar

A Galp deixou o ano passado de possuir uns residuais 16 MW de ativos renováveis ​​na Península Ibérica para se tornar no maior produtor de energia solar fotovoltaica na Península Ibérica. Paralelamente, a energética tem vindo a construir uma equipa de energias renováveis ​​de excelência com experiência internacional focada em desenvolver projectos de topo na Península Ibérica com vista a construir um pipeline de 4,2 GW.