“A inovação é um farol”

Estratégica e central, a inovação na Galp norteia a descoberta das melhores soluções, abre a empresa ao mundo, e traz tecnologia e conhecimento para dentro de casa. Mobilidade é uma das áreas chave

A missão e o objetivo mais lato da inovação dentro da Galp passa por apoiar a aceleração da transição energética e, com esta meta em mente, trazer mais e melhores produtos e serviços para o seu portfólio ‘to be’.

“Através dos nossos quatro centros de inovação trabalhamos projetos, em proximidade com as diferentes unidades de negócio, para conseguir uma maior rapidez e agilidade nos novos produtos e serviços num portfólio cada vez mais descarbonizado”, resume Ana Casaca. A head of Innovation da Galp salienta o papel estratégico da inovação numa organização que, cada vez mais, centraliza os seus esforços na antecipação de tecnologias e serviços, mobilizando todo o ecossistema interno e, em simultâneo, enriquecendo este ecossistema com parceiros e clientes que partilham da mesma visão e vontade de fazer mais e melhor através da inovação.

A fábrica de Inovação é disso exemplo. Criada em 2020, visa reforçar a proximidade da Galp à inovação global, com um foco particular na comunidade empresarial que desenvolve soluções clean-tech, através de três pilares distintos: open innovation, innovation studio, e centro de excelência de metodologias de inovação. Por um lado, explica Ana Casaca, “a Galp abre-se à comunidade exterior com o objetivo de trabalhar em parcerias win-win com start-ups e a academia para trazer mais tecnologia, mais soluções e produtos para dentro de casa e para de uma forma colaborativa acelerar o desenvolvimento de produtos e serviços para a Galp”. Esta inovação aberta permite à empresa antecipar e acompanhar tendências, tirando partido da partilha de conhecimento entre empresa, academia e mercado.

Já numa vertente de testagem de conceitos, Ana Casaca destaca o papel essencial do ‘innovation studio’ da Galp. “É aqui, em espaço físico ou digital, que as nossas unidades de negócio têm a possibilidade de testar, de forma muito rápida, potenciais produtos e serviços, do ponto de vista do cliente, para percebermos se têm tração e se podemos escalar, sempre numa lógica de start-up”. A responsável pela inovação da Galp acredita que uma das missões que as grandes empresas têm na inovação é apoiar a escalabilidade das soluções tecnológicas.

Ainda como parte integrante da fábrica de inovação, o ‘Centro de excelência de metodologias de inovação’ é o local de onde saem as novas formas de trabalhar e de pensar para o dia a dia da Galp. “Desde metodologias de design thinking a design sprints que nos vão trazer novas formas de trabalhar e de pensar o futuro”, reforça Ana Casaca.

Mobilidade é essencial

Integrada na estratégia para a inovação, a mobilidade elétrica é uma das peças essenciais deste puzzle, e uma das áreas que aposta mais ainda na força de um ecossistema de parceiros com uma visão comum. De entre os vários projetos que a área da mobilidade tem estado a trabalhar, Ana Casaca destaca o piloto da tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G), recentemente apresentado durante o Ecar Show, em Lisboa. “O V2G nasce de um grande esforço de um ecossistema de parceiros liderado pela Galp”. A head of innovation explica que “conseguimos encontrar uma tecnologia que permite testar uma mudança na jornada de cliente”. Trata-se de uma inversão do paradigma dos carregamentos elétricos, uma vez que está a ser testado um fluxo bidirecional. Ou seja, de um veículo para outro veículo, do veículo para a rede ou para um edifício. “O projeto nasce com a perceção da Galp de que a mobilidade elétrica e as novas formas de mobilidade vão sendo diferentes e, nesse sentido, juntamente com uma start-up americana, e alguns parceiros nacionais, conseguimos montar um ecossistema que permite testar uma solução”.

Desenvolvida pela norte-americana Nuvve, a tecnologia V2G foi testada ao longo de vários meses em 10 viaturas elétricas da Eletricidade dos Açores, num projeto piloto que contou ainda com a participação da portuguesa Magnum Cap, da Nissan, DGEG, ERSE e Governo dos Açores. “Queremos garantir que a tecnologia é segura, que permite dar estabilidade energética à rede, e também trabalhar com o regulador desmistificando algumas barreiras de entrada em termos de novas tecnologias”, reforça Ana Casaca.

“Queremos garantir que a tecnologia [V2G] é segura, que permite dar estabilidade energética à rede, e também trabalhar com o regulador”

Ainda na vertente da mobilidade elétrica, a responsável pela inovação na Galp destaca outro projeto que juntou a energética a uma start-up sedeada no centro de inovação da Universidade do Porto. Trata-se de “uma bateria portátil que permite carregar os seus carros elétricos em qualquer local”, diz Ana Casaca. Ao longo de dois meses, explica, “trabalhámos internamente com a AddVolt e, em conjunto, desenvolvemos um conceito que fazia sentido para a área de inovação da Galp”. O objetivo foi perceber rapidamente se o produto tinha ou não tração para ser colocado no mercado. Atualmente, a comercialização ainda não está prevista, mas, garante Ana Casaca, “continuamos a trabalhar com esta meta”.