“Queremos abrir a porta a todas as start-ups”

Com a maior participação de sempre na Web Summit, a Galp quis aproximar-se dos ecossistemas de inovação para concretizar o desafio de, em conjunto, encontrar soluções para atingir a neutralidade carbónica até 2050

Inovar para acelerar na transição energética é a missão a que a Galp se propôs desde que assumiu a estratégia de reduzir em 40% as suas emissões de CO2 já em 2030 e de, em 2050, chegar à neutralidade carbónica em todos os produtos. “A inovação vai acelerar essa transição energética e, para isso, estamos a desafiar internamente todas as unidades de negócio para que, com os diferentes players externos, possamos encontrar soluções concretas para nos ajudar a fazer este caminho”, explica Ana Casaca, diretora de Inovação da Galp.

A presença na Web Summit – a maior de sempre – é, precisamente, reflexo dessa estratégia que inclui mostrar ao mercado a abertura para um trabalho de parceria no desenvolvimento de soluções de um novo sistema energético, baseado em fontes renováveis. O hidrogénio verde e as baterias de lítio são algumas das áreas onde a empresa pretende apostar a partir de 2022, momento em que abandonará definitivamente a prospeção de petróleo. “Temos que estar aqui, e queremos estar aqui”, diz a diretora de Inovação, que revela o interesse demonstrado por start-ups e empresas de grande dimensão, que ao longo dos quatro dias de Web Summit passaram pelo espaço da energética. “Queremos abrir as portas a todas as start-ups e ecossistemas de inovação para que nos desafiem a encontrar soluções de forma a conseguirmos, juntos, chegar a um mundo 'carbon neutral' em 2050”, afiança

Ana Casaca moderou uma mesa redonda sobre o papel da inovação na transição energética na Corporate Innovation Summit

A Web Summit serviu ainda de palco para o lançamento de dois programas de aceleração e da plataforma de inovação aberta Upcoming Energies – a ‘fábrica de inovação’ da Galp –, e “para imensas conversas” com potenciais parceiros, como salienta Ana Casaca. Para o ano, espera a responsável, “contamos estar aqui já com uma série de start-ups, de projetos e de parcerias feitas com a academia, com outras empresas corporate, e apresentar projetos ligados à cadeia de valor do hidrogénio, à cadeia de valor do lítio, e à energia renovável”.

A Upcoming Energies servirá também para dinamizar e catalisar alguns programas já existentes como é o caso de pilotos, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, no Brasil. “Vamos fazer a ponte entre estas duas cidades, apoiando os nossos projetos de inovação a realizarem pilotos além-fronteiras e transatlânticos”, afirma Ana Casaca. O objetivo será sempre procurar soluções globais, mas este eixo atlântico é, revela a responsável, “uma oportunidade que acreditamos que, através dos canais que temos, tanto com clientes como com fornecedores, e tendo já o ecossistema de inovação, vai marcar a diferença e pode, de facto, catapultar os resultados do nosso ecossistema de inovação”.