“A inovação tecnológica é a grande aliada de uma transição energética mais justa”

Nuno Pedras, Chief Information and Digital Officer, partilhou a visão da Galp sobre como as empresas podem contribuir para uma transição energética mais sustentável do ponto de vista social e económico com o apoio da inovação tecnológica, na conferência Tech4Good

Encarar os desafios da transição energética, adaptar o portefólio, preparar as equipas e reforçar as relações com os stakeholders são peças da engrenagem que, na máquina da Galp, fazem parte de um processo de mudança em curso. “Estes são os pilares da estratégia que começou por ser trabalhada internamente, de forma transversal”, explica Nuno Pedras. O Chief Information & Digital Officer (CIDO) da Galp marcou presença na conferência Tech4Good - Como pode a Tecnologia Servir o Bem Comum? –, onde partilhou o palco com responsáveis de um conjunto de empresas que têm em curso a transformação digital dos seus negócios de forma sustentável. Madalena Tomé, da SIBS, João Nascimento, da EDP, e Tiago Barroso, da NTT Data partilharam experiências sobre o caminho que as suas empresas estão a trilhar.

Nuno Pedras falou sobre o percurso da transição energética da Galp na conferência Tech4Good

A Galp reviu o seu propósito ‘Vamos regenerar o futuro juntos’, que se concretiza na transformação do seu portfólio, na renovação das relações internas e externas, mas tambémnum reforço e maior aposta nas suas pessoas, e está assim a definir um rumo que permite uma adaptação ao futuro. Em particular, a um futuro assente em soluções mais sustentáveis e em modelos de negócios que promovam a descarbonização da economia, tema central desta conversa, que teve lugar no Auditório do Jornal Público, em Alcântara.

Para Nuno Pedras, uma estratégia focada em sustentabilidade é indissociável de um olhar permanente para o negócio e de uma análise do seu impacto. Para o CIDO, é necessário “olhar para a própria organização, para os seus processos internos e tudo o que os suporta: sistemas, formas de trabalhar, a própria cultura, as pessoas.” Porque para uma empresa como a Galp poder ser consequente, e de facto sustentável, tem obrigatoriamente que ajustar, mudar, otimizar processos, sistemas e formas de trabalhar, para conseguir entregar valor sustentável.

A importância da tecnologia, dos processos e das pessoas para a sustentabilidade nas empresas

Uma mudança nunca é fácil e não se faz de um momento para o outro. É antes uma jornada que não é possível sem a colaboração nem a capacitação das pessoas. Para Nuno Pedras, uma estratégia sustentável, para além de valor financeiro, tem que entregar valor social, às pessoas, e valor ambiental. Para tal, é necessário antecipar os riscos das operações, maximizar oportunidades e criar relações sólidas com os stakeholders, com colaboradores, clientes, acionistas, parceiros.

E foca ainda um pilar fundamental da transformação: o papel da inovação tecnológica na redução do desperdício, na aceleração e agilidade na obtenção de resultados, culminando na otimização dos recursos.

Para o CIDO da Galp, a transformação do negócio da energética deve ser trabalhada de dentro para fora

Para o CIDO, inovação tecnológica e sustentabilidade são áreas que caminham lado a lado. “Quando falamos em reaproveitamento de sistemas, mudanças na gestão do trabalho, utilização de Inteligência Artificial, tudo isto são alterações que a tecnologia nos permite implementar nas empresas, e que sem elas, não poderemos alcançar aquilo a que nos propomos, a sustentabilidade das nossas atividades para o negócio, para o ambiente, e para as pessoas”.

Na Galp, existem já inúmeros projetos que refletem um esforço contínuo para uma gestão preditiva dos negócios e das operações. A empresa tem vindo a otimizar os mecanismos que lhe permitem a recolha e a análise de dados essenciais à tomada de decisão estratégica para o negócio, de forma cada vez mais ágil, tomando as decisões mais informadas, focadas na criação de valor e na redução do desperdício.

Nuno Pedras reforça que um dos drivers da estratégia tecnológica da energética é ser ‘data driven’, ou seja, colocar os dados no centro da tomada de decisões. “Para isso construímos um data hub que alberga todos os dados da empresa, e que permite aos colaboradores da Galp utilizar dados certificados, de qualidade, em regime de self-service, para a elaboração de relatórios ou criação de modelos analíticos.”

Para o CIDO, fundamentar as decisões em dados tem um impacto enorme nas organizações, mas é também uma jornada que exige maturidade, capacidade de adaptação e talento. Para a concretização desta jornada, a Galp tem vindo a fazer um caminho de literacia digital robusto, focado, não só em tecnologia e dados, mas também na literacia para a transição como um todo. Como reforça Nuno Pedras, “temos que nos questionar qual é o nosso papel, enquanto Galp, no mundo. E o que significa o caminho da sustentabilidade. Como é que estamos a transformar o nosso negócio – porque estamos a transformá-lo completamente – e tudo isto é literacia, é as nossas pessoas entenderem o porquê, o como e o quando”.

Por último, as parcerias são, na opinião do responsável da Galp, outro elemento essencial. “Estamos a investir em start-ups através de uma plataforma que fomenta esta colaboração e que, a par com as tecnologias e a preparação das lideranças, pode contribuir para um planeta mais sustentável e uma sociedade mais coesa do ponto de vista social e económico.