Usar os dados e a analítica para dirigir o futuro

A Galp quer tornar-se uma empresa “data-driven”, mas para isso é fundamental “envolver as pessoas e mostrar como a analítica pode ajudar a trazer valor para as nossas operações”, explica Jorge Afonso, Chief Data & Analytics Officer (CDAO) da empresa. Foi isso que se procurou fazer durante o Data Open Day, que mostrou às equipas o potencial desta nova era do negócio

Uma das principais dimensões para uma transformação de dados bem-sucedida passa pelas pessoas. Foi neste sentido que a Galp organizou a primeira edição do Data Open Day, nos dias 22 e 23 de novembro, um evento que procurou dar a conhecer as diferentes iniciativas de dados e analítica em curso na Galp, envolvendo toda a organização através de sessões de esclarecimento, fóruns de partilha e debate, espaços de informação e algumas atividades.

“Há um valor gigantesco em toda esta informação que está a ser acumulada”, começou por enquadrar Filipe Silva, que destacou o esforço que tem sido feito, nos últimos dois anos, para “dar sentido aos dados” dentro de portas. O CEO e Chief Financial Officer (CFO) da Galp garante que esta tem sido a missão do Data Office e que, agora que estão criadas as fundações para o futuro, conta com todos os colaboradores para que os dados sejam potenciados. “Em 2023 vamos ter de começar a usar esta fonte de riqueza. De nada serve ter um Ferrari se não o soubermos conduzir”, aponta, acrescentando que “há muito valor que pode ser capturado” através deste ativo estratégico. Uma mensagem que reforça o quão importante é o envolvimento das pessoas nesta jornada e a sua capacitação enquanto profissionais de dados e analítica.

O CEO e CFO da Galp destacou a importância dos recursos humanos da Galp para enfrentar a concorrência

O Data Open Day reuniu vários especialistas que partilharam o seu conhecimento e perspetivas no que diz respeito a este tema. “A ideia foi trazer profissionais de outros setores que são reconhecidos neste âmbito para um debate aberto e transparente do que está a ser feito lá fora e perceber como podemos aprender com isso”, resume Jorge Afonso, em entrevista à Energiser. Para o CDAO, a partilha alargada de experiências possibilita que todas as pessoas da Galp tenham acesso a informação privilegiada do que outros setores de atividade estão a fazer neste âmbito. Uma oportunidade única para reter esse know-how internamente como inspiração para fazer mais e melhor.

Além das sessões e debates promovidos, os colaboradores tiveram a oportunidade de interagir com as equipas de dados e analítica e ficar a conhecer as principais iniciativas que estão a gerar impacto na empresa, havendo ainda espaço para alguns desafios que puseram à prova o conhecimento dos visitantes. O principal objetivo foi comunicar a mudança e preparar a organização para abraçar ativamente esta jornada, dando a conhecer o trabalho que as equipas de dados têm realizado colaborativamente para chegar até aqui.

Uma jornada de transformação

Desde a formação do Data Office na Galp, são vários os marcos atingidos no sentido de melhorar a capacidade da empresa de utilizar os dados para potenciar o negócio.

Exemplo disso foi o lançamento do Business Enablement Strategy (BEST), um programa que visa implementar uma estratégia de dados em todas as Unidades de Negócio da empresa. Agora, tal como explica a Data Strategist Catarina Araújo, “são os objetivos estratégicos de cada área que definem as iniciativas de dados desenvolvidas, garantindo um impacto real na concretização dos mesmos e, consequentemente, nos objetivos estratégicos da organização”.

O ano de 2022 foi marcado também pela otimização do processo de entrega de dados às equipas da Galp e pela implementação de normas e diretrizes, para assegurar a utilização governada, segura e eficaz dos mesmos. Além disso, a energética foi pioneira na implementação de uma plataforma central de governo de dados disponíveis na empresa, a Collibra. Foi ainda criado um centro de excelência em Data Science para acelerar a implementação de analítica na organização. A Galp prosseguiu também com a formalização de funções relacionadas com dados, como é o caso de Data Stewards e Data Custodians.

Jorge Afonso integrou um debate com Pedro Amorim, da LTP Labs, e Ricardo Chaves, do BPI, sobre o valor dos dados

Para o futuro, há uma certeza: será focado em garantir que todos fazem parte desta transformação e a compreendem, e em escalar as soluções já implementadas, com um grande foco em potenciar a analítica e a tomada de decisões sobre os insights gerados. “A Galp está a tornar-se numa empresa data-driven, e chegámos ao ponto onde a analítica e a inteligência artificial vão passar a assumir um papel central. O nosso setor nunca foi tão condicionado pelas contínuas flutuações geradas pelo contexto macroeconómico, tornando-se ainda mais relevante extrair valor dos dados para tomar decisões sustentadas. No próximo ano vamos colocar ao serviço das pessoas todas as fundações que estivemos a construir, suportadas por uma estratégia de dados integrada, ligada a objetivos de negócio concretos. Tudo o que fazemos terá um racional de impacto e valor e isso vai ajudar a organização a focar naquilo que realmente importa”, assegura o CDAO.

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