A Galp e a Câmara de Oeiras deram mais um passo rumo à descarbonização. Depois de há quase três anos ter sido instalado, em Algés, o primeiro ponto de carregamento ultrarrápido em Portugal, no início de novembro, as duas entidades concluíram, junto ao posto Galp da Avenida da República, em Oeiras, a instalação dos últimos dois pontos de carregamento, de um total de 42, no âmbito do concurso de concessão lançado pela autarquia em 2020. A rede pública de carregamento elétrico do município oeirense fica assim reforçada e preparada para o futuro.
A relação pioneira na mobilidade elétrica entre a Galp e o município de Oeiras não é de agora. Em 2010 instalou-se o primeiro ponto de carregamento numa autoestrada europeia. Foi na A5 (Lisboa-Cascais), momento que marcou Portugal como o primeiro país da Europa a fazê-lo, e um dos três, a nível mundial, a introduzir no mercado o primeiro automóvel 100% elétrico produzido em massa. Um feito que marcou o início de uma nova era na mobilidade rumo à transição energética.
Um estudo disponibilizado pela MOBI.E, a entidade gestora da Rede de Mobilidade Elétrica, prevê que, até 2025, sejam criados mais de nove mil pontos de carregamento e mais de 76 mil até 2050, totalizando, nessa altura, mais de 80 mil pontos.
O objetivo é dar resposta ao número crescente de carros elétricos BEV [veículos 100% elétricos] + PHEV [híbrido plug-in] que rodam nas estradas. Só este ano, em Portugal, nos primeiros nove meses, foram vendidas quase 50.000 unidades no total e, em setembro, um em cada cinco automóveis ligeiros de passageiros comprados foi um veículo 100% elétrico. De destacar que, e segundo dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal e do IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes, desde 2020, as vendas de veículos 100% elétricos têm crescido exponencialmente, passando de 8137 unidades comercializadas nesse ano para 20.230 em 2022.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, “Infraestruturas de Carregamento de Apoio à Transição Energética da Mobilidade em Portugal”, os pontos previstos até 2050 irão permitir uma poupança adicional de 3,3 milhões de toneladas de CO2, o que representa um benefício económico de cerca de 1,9 mil milhões de euros. Este valor, per se, compensa os custos de investimento que serão da ordem dos 1,5 mil milhões de euros.
Atualmente com cerca de 3400 postos de carregamento elétrico em operação e a ambição de chegar ao final de 2025 com 10.000 tomadas disponíveis para a utilização na Península Ibérica, a Galp vê a sua posição consolidada no mapa da mobilidade elétrica.
Oeiras na vanguarda
De acordo com Nuno Bonneville, diretor de Mobilidade Elétrica da Galp, o projeto em parceria com Oeiras permite também posicionar o município internacionalmente como um dos melhores exemplos em Portugal: “É onde temos a maior densidade de carregadores em território municipal”. Além disso, refere ainda o responsável, desde o início das operações já houve uma poupança de mais de 880.000 litros de combustível e de mais de 2000 toneladas de CO2 que não foram lançadas na atmosfera. A mobilidade foi e será uma prioridade para a Galp que está “a fazer um esforço grande para efetuar a transição energética”, conclui.
Também para o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, a conclusão da obra de instalação de carregadores elétricos no concelho representa todos os esforços no sentido de diminuir o consumo de combustíveis fósseis. “É através de diferentes ações, como esta, em diferentes planos, que podemos dizer que temos uma estratégia para minimizar os efeitos das alterações climáticas. É para isso que estamos a preparar as infraestruturas, o território e as pessoas”.
“É através de diferentes ações, em diferentes planos, que podemos dizer que temos uma estratégia para minimizar os efeitos das alterações climáticas”
Os dois pontos de carregamento ultrarrápido agora instalados, com uma potência cada de 180 kW, permitem “abastecer” de energia quatro carros ao mesmo tempo em cerca de 20 minutos.