São miúdos de todas as idades, desde o 1º ao 3º ciclo de ensino, que se encontram uma vez por semana no Clube de Robótica do Agrupamento de Escolas de Aver-o-Mar, na Póvoa de Varzim. É ali que, sob a supervisão e orientação do professor António Santos, vão dando os primeiros passos em matéria de programação. “No primeiro ciclo, começam com programação em blocos, depois transitam para início de código, antes de começarem mesmo a programar código. Do quinto ano para a frente, adaptamos ao que eles pretendem fazer”, explica à Energiser logo após ter sabido, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, que o projeto “Apolo Up” venceu a quarta edição do Prémio Energy Up, levando para casa 20 mil euros em painéis fotovoltaicos.
Orgulhosos, os professores que acompanham os pequenos programadores não conseguem esconder o sorriso e a satisfação. E não é caso para menos: o “Apolo Up” é resultado de um trabalho contínuo que fez daquele agrupamento um exemplo no contributo para a comunidade.
Como? Construindo uma estação meteorológica que foi melhorada já depois de a escola ter vencido um dos prémios de finalista no Energy Up, que permitiu ainda “investir a verba num sismógrafo”. “Temos agora 23 ou 24 sensores instalados e estamos a disponibilizar dados em tempo real à Proteção Civil”, conta o diretor do agrupamento, Carlos Sá. Tudo é construído de raiz pelos alunos, como os dois pluviómetros que ajudam as autoridades municipais a prever a existência de cheias e a agir em conformidade, nomeadamente com o corte de estradas para a segurança dos cidadãos.
Em simultâneo, as crianças e jovens que participam no Clube de Robótica vão respondendo a desafios lançados pela comunidade, como o da medição de marés ou até um outro para a criação de sistema de monitorização dos transportes públicos. “Estamos a monitorizar os tempos [que os autocarros demoram a chegar à escola] para que os miúdos possam usufruir do tempo e das condições que a escola tem”, exemplifica Carlos Sá.
Focado na consciencialização ambiental está o projeto para a criação de uma estufa sustentável, onde estão instalados sensores que permitem “determinar tempos de rega”, mas também uma iniciativa de eficiência energética dentro de portas. “Instalámos sensores de temperatura e luminosidade na sala de aula, que foi uma evolução em relação ao ano passado. Temos uma plataforma em que a funcionária do bloco, com um tablet que tem na secretária, consegue monitorizar se a temperatura da sala está ajustada e se é preciso desligar o aquecimento”, detalha o diretor.
Para o professor António Santos, estes projetos são importantes para mostrar aos alunos que “não há impossíveis” e para os introduzir ao mundo da programação, da robótica e da tecnologia. “Faço um teste, um conceito, e depois ponho-os a tentar encontrar as soluções para chegar à solução”, aponta.
Criatividade reina no Prémio Energy Up
Entre as 81 candidaturas apuradas, foram apurados dez projetos que mereceram destaque por parte do júri que enfrentou “uma tarefa muito difícil”, aponta Sandra Aparício, responsável de Impacto Social da Fundação Galp. “Este prémio vai continuar a crescer. Passámos de 50 candidaturas para mais de 80 de um ano para o outro. O objetivo é continuar a fazer a diferença”, apontou ainda o diretor-executivo da Fundação Galp, Diogo Sousa.
Estes são os vencedores da 4.ª edição do prémio Energy UP
GRANDE PRÉMIO ENERGY UP
Escola Básica de Aver-o-mar, Póvoa de Varzim
1.º CICLO ENSINO BÁSICO
1.º lugar Escola Básica da Conceição, Faro
Finalista Jardim-Escola João de Deus de Ponte de Sor, Portalegre
Finalista Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 3 de Sines, Setúbal
2.º E 3.º CICLO ENSINO BÁSICO
1.º lugar Escola Básica Bernardim Ribeiro, Alcácer do Sal (Setúbal)
Finalista Escola Básica Rainha Santa Isabel, Coimbra
Finalista Escola Básica Virgínia Moura, Guimarães (Braga)
ENSINO SECUNDÁRIO E PROFISSIONAL
1.º lugar Escola Secundária de Oliveira do Bairro, Aveiro
Finalista Escola Secundária de Tondela, Viseu
Finalista Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister (EPADRC), Alcobaça (Leiria)